Medíocres e Patéticas Pessoas

Medíocres e Patéticas Pessoas

quinta-feira, setembro 01, 2016

Competição entre pais ao mais alto nível!

Pois é! Ontem foi a reunião de Pais na escola do Diogo. A primeira deste segundo ano de pré escola. Foi engraçado ver de novo a mesma história do que vão fazer com os nossos filhos. Afinal já é o segundo ano que ele lá está. Não vai ser muito diferente do anterior. Até os peluches são os mesmos.
Só há algumas novidades. Agora existe a cadeira da tristeza. Quando a criança se sente deprimida por algum motivo, pode-se sentar na cadeira e tem direito a lencinhos para limpar o muco e as lágrimas, bem como a um saquinho com cheiro a laranja, diz que é para acalmar.
Nunca experimentei essa. A próxima vez que chorar vou inalar laranja até ficar contente de novo....

Anyway. Até aqui tudo engraçado, mas depois chega aquela parte engraçada, em que os Pais têm de apresentar os filhos. Quem eles são e o que gostam de fazer. São todos filhos perfeitos que aforam o ar livre e brincam Horas a fim na rua de bicicleta e com os amigos. Eu até acreditava que isso seria assim o tempo todo, não fosse estarmos na Suiça e aqui chover muito mais do que haver dias em que possam estar na rua a brincar com os amigos.

Mas se calhar nao se importam que os filhos andem a chafurdar na lama cheios de frio. A mentalidade aqui é outra. Eu é que sou estranhamente a única mãe que diz: O meu filho o que mais gosta é do tablet. Ele adora brincar na rua, mas desde que não haja nada electrónico perto, porque senao ele vai preferir isso. E até na rua, ele prefere perseguir os Pokémons do que molhar os sapatos nas possas de água!

Aqui já todos me olharam de lado. Quem mãe horrivel, o filho utiliza o tablet!!! que Horror. Acredito seriamente que sou a única! A única que nao tem medo de admitir que o filho utiliza as Novas tecnologias. E que esse é um bom Babysitter durante o tempo em que preparo o jantar e não posso brincar com o pequeno. Que me julguem não há problema. O meu graças a isso, sabe para além do alemão e da sua lingua materna, inglês! Não só palavras soltas. Frases inteiras! Tudo com Peso e medida e bem utilizado serve de ferramenta de aprendizagem!

Mas enfim... Aqui só começou a pequena competição do "o meu filho é melhor que o teu!" e "eu sou melhor pai/mãe que tu"!

A parte Boa da noite foi quando a professora mostrou a esquina dos brilhantes, colas, marcadores, estrelinhas, folhas e tantos outros motivos de decoração e soltou a frase: "está na altura dos trabalhos manuais"!
Até me teria rido, se o meu filho estivesse ao meu lado e eu soubesse que só teria de o ajudar. Ou se eu estivesse em casa com o meu copo de vinho (que Agora por estar grávida, nem posso segurar) a pintar ou desenhar com o rapaz para seu entretém, ao som de músicas infantis intervaladas com música adulta para não perder o juízo a meio da pintura!

Mas não... Como disse... reunião de Pais. Filhos não são permitidos! Como não temos ama, nem familiar nenhum por estes lados, o meu marido voltou a livrar-se da seca! Mas o ano anterior não tinha havido Destas coisas... Foi uma inovação, a qual não encontrei sentido nenhum. Pintar, colar desenhar Sem crianças por perto?

Mas à medida que fui vendo a reação dos Pais e o empenho nas suas obras primas percebi o sentido: Competição!

No mundo andamos sempre a competir e até os nossos filhos passam a ser motivo disso. Bem eu recuso-me a participar nesse esquema.
Coitado do pequeno quando vir a caixa que a mãe, que sempre tirou más Notas a trabalhos manuais, lhe deixou lá esbaforida com meia dúzia de brilhantes que sobraram dos Pais profissionais. Com uma espiral de duas cores, porque a tinta da primeira caneta acabou e só duas folhitas para dizer que gosta do ar livre!
E mesmo isso nem sabem o trabalho que me deu a colar. Fiquei cheia de brilhantes e Cola na roupa.

Enquanto eu me debatia entre colar os dedos e as estrelinhas, ouvia Pais dizerem: "pega aqueles brilhantes, os outros têm mais. O nosso é muito minimalista!"; "eu preciso de cor de rosa, a minha filha adora cor de rosa. consegui cor de rosa, Agora os diamantes para a princesa, tem de ficar perfeito"; "O que escreveste na tua caixa? - enquanto no cérebro só soava ah eu vou escrever melhor que tu! a minha caixa é melhor!"....

Rídiculo. Era suposto ser uma prenda dos Pais para os filhos, mas acabou por mostrar o que realmente os Pais pensam uns dos outros, enquanto na porta da escola esperam pelos seus filhos. Os sorrisos escondem sempre a ideia de que são sempre melhores e os seus filhos também!

Claro que o meu filho é o melhor para mim. Mas sei que ele não é o melhor de todos e nem tem de ser. Ele só tem de ser o melhor para ele próprio. É isso que para mim importa! Não se ele consegue cantar melhor que outro, ou se ele vai tirar melhores Notas que os outros, se vai ser doutor ou não.

Sim quero que tire boas Notas, mas por ele mesmo. Para ele conseguir ter as bases que necessita para a vida dele. Não para ser melhor que o vizinho do lado. O importante para mim é que tenha carácter suficiente para tanto ajudar o vizinho a ser melhor, como para elogiá-lo quando o outro é melhor!

quarta-feira, maio 11, 2016

Não sou mulher de carreira

Não sou mesmo mulher de carreira, nem tenho vergonha de o admitir. 
A minha família vem primeiro que a minha vida profissional. Mesmo que para muitas mulheres esse tipo de sentimento nos faça parecer menos mulheres. 
Não sou menos mulher por ser assim. Não sou menos nem mais. Sou mulher e é a minha opção querer ficar mais tempo em casa com o meu filho. Não deveria ser menosprezada, nem julgada por isso.
Nem dissuadida a fazê-lo por ninguém! Também não procuro ser idolatrada por isso. 
Mas acho que cada um faz o que quer da vida. E, a meu ver, preocupar-me mais se o meu filho é feliz e estar com ele o tempo que posso, é para mim a melhor opção. 
Pena tenho de não poder ficar o tempo todo com ele. Ter de trabalhar ainda praticamente a tempo inteiro, (se bem que parte do dia trabalho a partir de casa) faz-me sentir menos concretizada, do que conseguir aquele mega emprego onde possa chefiar uma equipa e viajar pelo mundo, mostrando minhas ideias em reuniões com pessoas de falsos sorrisos; passar mais tempo com estranhos do que com quem amo, soa-me forçado. Mas não julgo quem o faça.
Cada um deve escolher as suas prioridades. A mulher que quer seguir a sua carreira (se isso a faz feliz), deve ser um motivo grande de orgulho, assim como a mulher que se sente plena a ocupar-se da suas casa e da sua família.
Não vejo que isso tenha de antiquado, nem de retrógrada. São apenas prioridades e sentimentos diferentes. Maneiras de viver e ver mudo diferentes.
Ambas terão de ser respeitadas e nenhuma pode ser mais valorizada ou mais criticada que a outra.
Por isso mesmo que o mundo continua a ser dos homens. Não por eu escolher ficar em casa, mas pelas próprias mulheres se criticarem umas às outras e não conseguirem apoiar-se nem conviver numa simplicidade harmónica, como os homens, cujo único motivo de desentendimento será o clube de futebol que cada um tem e mesmo assim conseguem ser amigos.
Por isso minhas queridas, parem de pensar que alguém que quer estar mais tempo com os seus filhos será mais frustrada ou menos concretizada que vocês que não optam por esse caminho. Nem o contrário! 
Cada um é como é. 
Por muito stress que possa às vezes ter, suporto muito melhor a birra do meu filho do que a do meu chefe. Porque o chefe não é família! Porque fui eu que decidi trazer o meu filho ao mundo sem ele me pedir, por isso cabe a mim atura-lo! E eu gosto! Se ao contrário de mim, há quem prefira o trabalho muito bem! Ninguém aqui está a querer atirar pedras a ninguém! 
Por opção não, não sou mulher de carreira sou mulher de família e adoro! 


terça-feira, abril 05, 2016

A minha vida em caixas

Só quem teve de sair do seu país, saberá mais ou menos o que quererei dizer com isto: a minha vida em caixas. 
Pela primeira vez consegui estar já há praticamente 4 anos no mesmo sítio, mas mesmo assim continuo a ter coisas da minha vida em caixas. E acho que nunca deixarei de ter. Tanto sem sentido físico, como em sentido figurativo. 
Sempre vivi em Anadia. A primeira vez que tive de pôr as minhas coisas, a minha vida em caixas, foi com 11 anos. Mudei de casa com os meus pais, avós e irmã. Na altura os meus pertences eram sacos de bonecada, que a minha avó tão gentilmente deu como estragados e eu nunca mais os vi. Só alguns se safaram à ceifada da tragedia da vida de perder o que nós pensamos ser nosso. 
Foi a minha primeira desilusão na vida. Tanta barriguita. Tanta nancy, barbie, pinipons... Já nem sei bem o que lá estava..
Enfim...
Depois disso, aos 18 parte da minha vida foi empacotada. Novo destino Coimbra e o mundo universitário. 
Aos 20 depois da tragedia da minha vida de perder o que pensei ser eterno, mais caixas. Desta vez só malas. Destino Brasil, Salvador da Bahia. Um ano depois regressar com as caixas a Portugal. Trouxe mais bagagem na minha mala. 
O peso que carregava agora era ainda maior.
Depois Coimbra de novo e aos 22 Porto. 
Com 23 o destino trocou-me às voltas e empacotei a minha vida atrás do amor. Esvaziei o que durante este tempo carreguei comigo. Levei comigo so o que  pude. Tive que deixar para trás o que não podia trazer nas caixas.
Só empacotei o que pude para ter espaço para encher mais a bagagem com a via que por si se aproximava. 
Emigração. Destino: Suíça. 
Aqui a vida também não se conseguia fixar num só lugar. Num ano 3 moradas diferentes e muitos problemas a encher as minhas caixas. 
Tínhamos de tentar resolver o assunto pensamos. 
Regressar ao nosso Sitio. De onde as caixas nasceram. 
Esvaziamos os bolsos todos em Portugal. E 9 meses depois... Não nasceu nenhuma criança. Perdemos foi o nosso dinheiro e as caixas da vida regressaram à Suíça mais vazias ainda do que foram.
E pronto, como não podia ser so rosas. Tivemos problemas familiares e fomos expulsos e traídos de onde nunca pensamos ser. Malas e caixas as costas um mês após o regresso à Suíça! Para um pouso temporário. Mais um mês depois e finalmente as nossas caixas descansam no mesmo sítio onde finalmente conseguimos criar memórias e felicidade que possa encher as nossas caixas. Mas que possam permanecer assim em descanso e a serem preenchidas! 
Mas mesmo assim não tirarei tudo das caixas. Nem me desfazerei delas. Elas contam a minha história.
Os meus altos e baixos. As minhas memórias. A minha vida! 

domingo, março 06, 2016

Contos de fadas? Só pra homens

Não sei se terei mais algum filho. Mas se tiver que seja homem de novo. 
Não sou feminista. Sou apenas uma mulher magoada pela vida que vê a realidade como ela é.
As mulheres ainda não conquistaram nada no mundo. Ok já votamos, já trabalhamos. Mas continuamos sempre a ser vistas como uma classe inferior.
Como é que posso criar uma filha neste mundo? Ensinar que ela tem de se dar o devido valor. Esperar muito dos outros porque ela merece. Não querer que se interessem só pelo aspecto. Que gostem dela por quem ela realmente é. Nunca mudar por ninguém... Como posso ensinar isso e esperar que ela encontre um homem e a faça feliz? 
Nenhum homem consegue amar como a mulher ama.
E no final acabamos sempre nós por sofrer. Talvez existam excepções. Mas ela tem de viver da realidade. E na realidade, a mulher é que sacrifica sempre mais que o homem.
Ama mais que o homem e tenta viver na ilusão de que o homem a ama da mesma forma mas isso não acontece.
O homem exige mais da mulher e ela própria exige mais de si mesma, para poder não ser melhor que o homem, mas para estar no mesmo nível. E nunca consegue na sua plenitude.
Vai sempre ganhar menos, vão sempre preferir os homens para cargos mais importantes, mesmo que elas sejam mais capazes ou igualmente capazes. Elas terão sempre de se sacrificar no emprego por terem filhos. E as que trabalham sempre se sentirão culpadas por não estarem com os filhos. Por muito que não o assumam. 
A realidade é esta. Vivemos num mundo onde o sexo masculino é o dominante. Enquanto o homem for garanhão e a mulher a porca, na mesma situação, o mundo será sempre dos homens. Mesmo que nitidamente as mulheres sejam bastante importantes nele. Mesmo que sejam tão ou mais capazes do que os homens. Até Deus que é um ser sem sexo, é sempre referido como um Ele...

O mundo nunca será nosso, das mulheres. E os contos de fadas... Esses só se existirem para os homens...

quarta-feira, março 02, 2016

Cansada da marcha solitária..

Há uma música que tenho escutado com alguma atenção. Normalmente nem ligo muito a este tipo de musicas mas esta foi escrita para mim. Mesmo que o autor não saiba disso. 
A coisa caminha resumidamente no sentido de não sermos tão duros connosco próprios. Todos erram e nós só temos de aprender a perdoar. Não temos de esquecer, mas apenas perdoar e seguir em frente. 
O facto de insistirmos sempre no mesmo, realmente só beneficia quem nos magoou. É como entrar na ideologia do "vou ali tomar veneno à espera que outro morra!"...
É que realmente é cansativo andar nesta caminhada sozinha. Insistir perante todos na mesma história que eu é que tenho razão, mesmo tendo. Eu é que fui ofendida, mas eu é que tenho de baixar a cabeça, que isso não tem lógica...
É tudo verdade e muito certo. Mas a realidade é que no final das contas, isso só a mim é que me mata. Sou eu que não durmo e deixo assim o meu inimigo vencer-me. Então o melhor é mesmo andar em frente!
Se é fácil? Penso ser mais fácil falar, pois eu acho que a mágoa nunca desaparece totalmente. Eu ando a tentar seguir em frente já há muito tempo, mas basta um pequeno sinal pra eu me passar da marmita!
Mas tentar como deve ser. É o que tenho de fazer. Até porque sei que, no fundo, o facto de eu ainda não ter desaparecido/desistido, faz com que essas pessoas tenham perdido e insistam sempre para ver se um dia ganham.
Eu sempre fui muito teimosa, por isso vou continuar cá! Mesmo cansada de caminhar sozinha. Porque na realidade, mesmo me sentindo sozinha, sei que  estou acompanhada no meu caminho, por alguém com mais poder, do que quem me quer derrubar.

don't be so hard on yourself
Learn to forgive learn to let go
Everyone trips everyone falls
So don't be so hard on yourself no!


quarta-feira, fevereiro 17, 2016

Carta da desilusão

Maria Antonieta era uma jovem esbelta, livre, bondosa e sonhadora.
Incrédula acreditava nas pessoas. Todos eram bons até prova em contrário. 
Toda a alma tinha amor para dar e para receber. E todos os seres teriam uma alma gémea. 
Mesmo que para uns não fosse possível encontrarem-se. 
A vida foi passando. Maria Antonieta crescendo. Na sua vida se cruzaram bastantes pessoas. Amigas e traidoras. Maria Antonieta acreditava não no destino como muitos acreditam, mas que as nossas escolhas já estão predestinadas. 
Maria Antonieta foi crescendo e vivendo. 
A vida tirou-lhe a liberdade. A energia de sonhar se foi desnobrecendo. E a sua ingenuidade se foi perdendo. Agora depois de tanto sofrer viu. As pessoas são todas más até prova em contrário.
A vida lhe mostrou que realmente há escolhas predestinadas mas que nós temos o poder de alterar a decisão, não querendo dizer que será melhor o resultado. 
Passou a perceber melhor isso das almas gémeas. Elas existem, mas quando as encontramos, não quer dizer que vá ser fácil conviver com elas. E não quer dizer que tudo seja perfeito como nos sonhos que deixara de sonhar.

terça-feira, fevereiro 16, 2016

Teatros Mentais

Não devo ser a única a perder-me nos meus teatros, filmes ou como lhes queiram chamar. Mas aquilo que outrora me fez pensar que seria um sinal de criatividade, agora incomoda-me. Chega a tirar-me o sono ou a acordar-me mais rápido.

Antigamente eu focava-me em filmes que via, novelas ou séries, nas quais eu contracenava com os rostos mais conhecidos da televisão e cinema. Depois com a idade, fui deixando os filmes que via e passei a ilusões. Imaginava conversas com pessoas que não existiam, que me quisessem conhecer e não apenas me insultar por ser mais... bem.. gorda...

Depois à medida que ia emagrecendo, imaginava cenas "à filme", onde esbarrava com algum jovem mais bem parecido e os eus livros caíam no chão e ele, ao olhar para os meus olhos se apaixonava.
O que tipicamente acontecia na série que poucos se devem lembra: "Saved by the bell". Eu vibrava com essa série.

Anyway.... Depois fui deixando de ter filmes tão engraçados. A vida foi-me amargurando acho... Conforme me ia magoando, perdia-me em coisas reais que me tinham acontecido. O que me tinha sido dito ou feito. Nessas imagens, ao contrário da realidade, eu reagia à altura e no momento exacto.

Quer eu esteja a lavar a loiça, a vir no caminho para casa, preparada para dormir, ou até mesmo quando desperto de algum sonho menos bom e acabo por me despertar ainda mais ao continuar o sonho acordada... Acaba por ser mais cansativo do que fazer a volta à França...

O pior é que com a idade já me apercebi que não é criatividade (se bem que alguns dos meus teatros mentais mereciam ir para a tela do cinema e ganhar muitos óscares...). Na realidade, é a minha falta de auto-estima, a minha emotividade e impulsividade que não me permitem reagir como deveria nos vários momentos da vida. Essa falta de reação atormenta o lado da minha peronalidade escondida.

O lado forte, inteligente, superior e nada submisso, que se deixa ser atropelado pela minha ingenuidade, tristeza, amargura das injustiças de que sou vítima. O meu desespero de querer reagir acertadamente, vai me atropelando e depois fico com os restos. Invadem.me em sonhos mesmo que esteja acordada.
Chegam mesmo a comover-me de tal forma que por vezes acabo por chorar nos meios de transportes, ou com a esponja da louça na mão...

Não é que nunca reaja como deveria. Ainda bem, senão teria muito mais teatros mentais do que realidades vividas. Mas o que fica por fazer ou dizer, não me larga. Pode não surgir todos os dias, mas volta e meia lá vou eu nessa viagem.

Ainda assim, há aqueles momentos em que volto a ser a criança que fui. Em vez de me perder em frases não ditas, perco-me de novo nos diálogos de alguma série ou novela. Ou nos corredores de alguma escola em que esbarro acidentalmente com quem se apaixonará por mim. Só que desta vez o rapaz tem rosto. O rosto de quem dividirá a vida comigo, sem ter noção do teatro que contracena comigo na minha mente, fazendo sem guião um papel importante no meu filme real.

quinta-feira, fevereiro 11, 2016

Got that summertime sadness

Eu acho que parte de mim sente sempre essa depressao do verão. De deixar para trás o que eu era. O que sempre fez parte de mim e que não consta no meu dia a dia mais. 
Essa tristeza de estar sozinha. Não totalmente, mas parte de mim sente falta do meu país do que lá fiz e deixei. Dos amigos... Da vida de lá que só mostra uma parte pequena do que foi nuns dias dumas semanas do verão. 
Isso faz com que me sinta só, apesar de não estar. É complicado explicar. 
As coisas que me foram acontecendo na vida têm-me alterado. Mas certas características minhas tem permanecido. 
Eu por exemplo sou alguém que me destruo porque não consigo deixar o passado. A raiva é o rancor são coisas que demoram a desaparecer. No fundo nunca desaparecem, só se tornam menos presentes, quase invisíveis. Mas quando despertadas, elas estão lá sempre e acordam com a mesma força que antes.
Por isso eu nunca posso dizer a 100% que não guardo rancor de quem me magoou, assim como não espero que não me guardem rancor aqueles que alguma vez feri.
Acredito também não serem tantos os que feri como os que eu tenho permitido que me ataquem.
Por isso é que acho que fico mais neste estado permanente. Eu sinto que a culpa é minha.
Mas seja como for. A quem me feriu gravemente, um conselho: não acreditem que eu já não tenho sentimentos por vocês, sejam eles quais forem gritam dentro de mim - afastem-se!!!!