Medíocres e Patéticas Pessoas

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quinta-feira, agosto 20, 2015

Escola... um bebé no corpo de um rapazito...

Esta semana começaram as aulas. Onde vivo, a pré escola é obrigatória a partir (dependendo do mês em que se nasça) dos 4 anos. São dois anos de preparação para a primária.
Começou Agora a sensação de que o meu filho cresce rapidamente e eu não tenho quase tempo para reparar nessa velocidade atroz com que a vida se escapa...


Mas bom, à parte disso, é também a altura de começarmos a sentir orgulho nos nossos filhos. Não que antes não o sentisse, mas agora a ideia de orgulho naquilo que o meu filho faz, vem com selo da escola!


Começam também as correrias. A escola é só de manhã e a minha pausa do meio dia é feita a voar entre os transportes públicos para o ir buscar e deixar na ama. Porque ir para o ATL seria lindo, se não tivesse de deixar o meu filho com 4 anos fazer o percurso sózinho....


Assim que faço o sacrificio até ter forças para isso e, pode ser que o futuro nos sorria e o meu marido possa entrar na correria para ajudar!


Mas apesar de ter pensado que iria ser stressante e não iria ter tempo, até que estou a gostar desta correria. Corta um pouco a rotina do meu trabalho e, ao mesmo tempo estou, mesmo que por breves momentos, de novo com o meu rebento. Além de que já perdi em menos de uma semana o meu quilinho ganho nas férias. :)


Além de que me faz sentir melhor como pessoa e mãe. Sinto que estou a desempenhar o meu papel bem, mesmo que muitas pessoas tivessem rezado (e continuem a rezar) pelo contrário. Até parece que me motiva mais para o resto. Ontem até me admirei comigo mesma.


Deu tempo para o ir levar e buscar. E, ao fim do dia, depois do trabalho, cheguei a casa fiz o jantar e ainda tive tempo de aspirar, arrumar e pôr a roupa a lavar e a secar... Isto chegando depois das 5 da tarde. Ainda lhe dei banho e a mim também. Até parecia uma super mulher.


Engraçado como em miúda via só o sucesso como minha tónica para conseguir ter a sensação de dever cumprido, mais tarde foram as notas da escola que ocuparam esse lugar e, agora só preciso de conseguir tomar conta da minha família e cumprir o meu papel de dona de casa, que surge assim que deixo o papel de mulher profissional, para me sentir bem.


Acho que este percurso que faço extra ao almoço me tira um pouco o sentimento de culpa de cima das costas, por não poder ficar em casa a tomar conta do meu filho.


Não sou uma mulher que busca carreira. Gosto de ter um bom trabalho e estou feliz no meu, mas acho que me sinto no fundo um pouco culpada por não ser mãe a tempo inteiro. Pelo menos até ter o meu filho na escola (ou outros que ainda estejam por vir ;)).


Mas na vida não se pode ter tudo como se quer. E para se puderem ter certos luxos e qualidade de vida não posso abdicar do meu trabalho. Além de que não está em lado nenhum provado que filhos que são criados pelas mães a 100% sejam melhores do que os outros miúdos. Nem vice versa.


Mas de qualquer forma eu como mãe, custa-me afastar-me do meu bebé. Esse que cresce rapidamente. Que já tem um pé enorme... que já vai à escola. Que já aprendeu mal ou bem mais de uma língua. Que já sabe identificar o seu nome. Que já percebeu sem ninguém lhe ensinar que "só" se escreve com um 's' e um 'o'. Que utiliza frases complexas e expressões hilariantes. Que já anda na escola....


Esse meu bebé... num corpo de um rapazito!