Medíocres e Patéticas Pessoas

Medíocres e Patéticas Pessoas

quarta-feira, fevereiro 17, 2016

Carta da desilusão

Maria Antonieta era uma jovem esbelta, livre, bondosa e sonhadora.
Incrédula acreditava nas pessoas. Todos eram bons até prova em contrário. 
Toda a alma tinha amor para dar e para receber. E todos os seres teriam uma alma gémea. 
Mesmo que para uns não fosse possível encontrarem-se. 
A vida foi passando. Maria Antonieta crescendo. Na sua vida se cruzaram bastantes pessoas. Amigas e traidoras. Maria Antonieta acreditava não no destino como muitos acreditam, mas que as nossas escolhas já estão predestinadas. 
Maria Antonieta foi crescendo e vivendo. 
A vida tirou-lhe a liberdade. A energia de sonhar se foi desnobrecendo. E a sua ingenuidade se foi perdendo. Agora depois de tanto sofrer viu. As pessoas são todas más até prova em contrário.
A vida lhe mostrou que realmente há escolhas predestinadas mas que nós temos o poder de alterar a decisão, não querendo dizer que será melhor o resultado. 
Passou a perceber melhor isso das almas gémeas. Elas existem, mas quando as encontramos, não quer dizer que vá ser fácil conviver com elas. E não quer dizer que tudo seja perfeito como nos sonhos que deixara de sonhar.

terça-feira, fevereiro 16, 2016

Teatros Mentais

Não devo ser a única a perder-me nos meus teatros, filmes ou como lhes queiram chamar. Mas aquilo que outrora me fez pensar que seria um sinal de criatividade, agora incomoda-me. Chega a tirar-me o sono ou a acordar-me mais rápido.

Antigamente eu focava-me em filmes que via, novelas ou séries, nas quais eu contracenava com os rostos mais conhecidos da televisão e cinema. Depois com a idade, fui deixando os filmes que via e passei a ilusões. Imaginava conversas com pessoas que não existiam, que me quisessem conhecer e não apenas me insultar por ser mais... bem.. gorda...

Depois à medida que ia emagrecendo, imaginava cenas "à filme", onde esbarrava com algum jovem mais bem parecido e os eus livros caíam no chão e ele, ao olhar para os meus olhos se apaixonava.
O que tipicamente acontecia na série que poucos se devem lembra: "Saved by the bell". Eu vibrava com essa série.

Anyway.... Depois fui deixando de ter filmes tão engraçados. A vida foi-me amargurando acho... Conforme me ia magoando, perdia-me em coisas reais que me tinham acontecido. O que me tinha sido dito ou feito. Nessas imagens, ao contrário da realidade, eu reagia à altura e no momento exacto.

Quer eu esteja a lavar a loiça, a vir no caminho para casa, preparada para dormir, ou até mesmo quando desperto de algum sonho menos bom e acabo por me despertar ainda mais ao continuar o sonho acordada... Acaba por ser mais cansativo do que fazer a volta à França...

O pior é que com a idade já me apercebi que não é criatividade (se bem que alguns dos meus teatros mentais mereciam ir para a tela do cinema e ganhar muitos óscares...). Na realidade, é a minha falta de auto-estima, a minha emotividade e impulsividade que não me permitem reagir como deveria nos vários momentos da vida. Essa falta de reação atormenta o lado da minha peronalidade escondida.

O lado forte, inteligente, superior e nada submisso, que se deixa ser atropelado pela minha ingenuidade, tristeza, amargura das injustiças de que sou vítima. O meu desespero de querer reagir acertadamente, vai me atropelando e depois fico com os restos. Invadem.me em sonhos mesmo que esteja acordada.
Chegam mesmo a comover-me de tal forma que por vezes acabo por chorar nos meios de transportes, ou com a esponja da louça na mão...

Não é que nunca reaja como deveria. Ainda bem, senão teria muito mais teatros mentais do que realidades vividas. Mas o que fica por fazer ou dizer, não me larga. Pode não surgir todos os dias, mas volta e meia lá vou eu nessa viagem.

Ainda assim, há aqueles momentos em que volto a ser a criança que fui. Em vez de me perder em frases não ditas, perco-me de novo nos diálogos de alguma série ou novela. Ou nos corredores de alguma escola em que esbarro acidentalmente com quem se apaixonará por mim. Só que desta vez o rapaz tem rosto. O rosto de quem dividirá a vida comigo, sem ter noção do teatro que contracena comigo na minha mente, fazendo sem guião um papel importante no meu filme real.

quinta-feira, fevereiro 11, 2016

Got that summertime sadness

Eu acho que parte de mim sente sempre essa depressao do verão. De deixar para trás o que eu era. O que sempre fez parte de mim e que não consta no meu dia a dia mais. 
Essa tristeza de estar sozinha. Não totalmente, mas parte de mim sente falta do meu país do que lá fiz e deixei. Dos amigos... Da vida de lá que só mostra uma parte pequena do que foi nuns dias dumas semanas do verão. 
Isso faz com que me sinta só, apesar de não estar. É complicado explicar. 
As coisas que me foram acontecendo na vida têm-me alterado. Mas certas características minhas tem permanecido. 
Eu por exemplo sou alguém que me destruo porque não consigo deixar o passado. A raiva é o rancor são coisas que demoram a desaparecer. No fundo nunca desaparecem, só se tornam menos presentes, quase invisíveis. Mas quando despertadas, elas estão lá sempre e acordam com a mesma força que antes.
Por isso eu nunca posso dizer a 100% que não guardo rancor de quem me magoou, assim como não espero que não me guardem rancor aqueles que alguma vez feri.
Acredito também não serem tantos os que feri como os que eu tenho permitido que me ataquem.
Por isso é que acho que fico mais neste estado permanente. Eu sinto que a culpa é minha.
Mas seja como for. A quem me feriu gravemente, um conselho: não acreditem que eu já não tenho sentimentos por vocês, sejam eles quais forem gritam dentro de mim - afastem-se!!!!