Medíocres e Patéticas Pessoas

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quinta-feira, maio 18, 2017

Ser mãe

Agora uma nova fase da minha vida se iniciou. Sou mãe, não de um rapaz, mas de dois. 
Claro que todos assumem que ser mãe de segunda viagem é mais fácil; já se tem a experiência do filho mais velho... 
mas lamento não é mais fácil! 
Primeiro porque não se tem tanto tempo para desfrutar do membro mais recente. O filho mais velho também precisa de nós e de atenção. Uns mais que outros. No meu caso, nem me posso queixar muito, apesar de por vezes haver situações mais complicadas: 5 da manhã, bebe chama por mim, tem fome e quer mamar. Levanto-me e começo a alimentar o rapaz. 5:05, filho mais velho acorda de um pesadelo e grita por mim...  como é que eu podia parar de alimentar um para socorrer o outro?... por isso não, não é mais fácil. Teve de ir o pai atender o pânico de que a cama iria cair e eu a sentir-me mal porque não consegui atender aos dois ao mesmo tempo. E pela primeira vez não fui eu a tranquilizar a minha cria mais velha.
Isto será um pequeno exemplo. E como disse nem me posso queixar muito, porque o rapaz mais velho já tem 6 anos e, como sempre quis um irmão, não tem cenas de ciúmes, nem busca constantemente atenção. Até tenta ajudar a tomar conta dele. 

Mas é uma criança. Um miúdo que se gruda muito à minha saia (confesso que adoro esta nossa dependência mútua - mas isso já são histórias para outro post). Assim é normal que me venha dar beijos, quando estou a dar de mamar. Que me puxe o braço pra lhe dar atenção, se troco a fralda. Que se meta à frente do irmão, quando falamos no skype com a família  e tantas outras pequeninas coisas que se nota que precisa da nossa atenção.

Depois há toda uma alteração no dia a dia. Levar o filho mais velho demora um pouco mais, porque não se tem de preparar um miúdo só, são dois agora. Vestir um, dizer mil vezes ao mais velho que se vista e em desespero, acabar por sermos nós a vestir o mais velho também.
Trocar fraldas a um, dar de mamar. Preparar o lanche da escola. Preparar o pequeno almoço. Preparar o meu pequeno almoço. Vestir-me à pressa e nalgumas vezes sem sequer me pentear...  E tudo isto em modo robô porque levantar durante a noite é agora o lema da minha vida...
Ah e no meio disto tudo os cães têm de fazer as suas necessidades e ser alimentados. 
O mais estranho é que apesar disto tudo ainda não perdi o peso todo da gravidez... 😂😂

Depois para além de tudo isto, quando passa muito tempo, como no meu caso, nós mães, sem ser por mal, esquecermo-nos um pouco do que era tomar conta de um bebe. Vamo-nos lembrando conforme fazemos as coisas. E, ao contrário do que muitos me diziam, o segundo nós deixamos de ter tantas preocupações como do primeiro. Não é bem assim. Por ter tido o mais velho há seis anos, era mais nova e não tinha tantos problemas como agora. Fazia viagens grandes de horas de carro com o pequeno nos primeiros meses. Este Ainda não saiu da Suíça! Também quando sair fará uma viagem Ainda maior mas pronto... 
E depois, apesar de já termos tido um filho. Todos nós somos diferentes. Os bebes são diferentes. Têm necessidades diferentes e comportamentos diferentes e, nós mães temos de nos adaptar e aprender com eles tudo de novo. 
Por isso ser mãe de segunda viagem não é mais fácil, nem digo que será mais difícil. Depende de caso para caso. Mas diria que é tão cansativo como ser mãe de primeira viagem, assim como é tão gratificante e transformador. 

Por isso enganem-se as mães que vão para o segundo filho, que a coisa é mais fácil. A gravidez será diferente. O parto também e não necessariamente sempre mais fácil como dizem. A recuperação é diferente também. Vão haver mais despesas agora. A dobrar. E o novo bebe que trouxeram ao mundo, também é diferente e vai precisar de vocês de maneira diferente a par com a criança que vocês já tão bem conhecem!

Mas vale tudo a pena quando se ouve "és a minha mãe preferida; gosto muito de ti até ao gigante e depois" e ao mesmo tempo um bebe que nem quase segura a cabeça solta um sorriso gigante para não te sentires mal com as noites mal dormidas! 
Isto sim é amor. Isto sim é viver a vida e, apesar de cansada e com alguns problemas, valerá bem a pena! 

segunda-feira, janeiro 09, 2017

Loving can hurt

Fotografias guardam as nossas memórias. São bocados de papel, são pixels em cartões de memória, cd's e servidores... são partes da nossa vida em que momentos ficaram congelados para que quando olhássemos nos recordássemos da nossa vida. De momentos da nossa vida. Onde nada nos magoa. Onde todos nos adoram, mesmo que assim não seja... 
o amor magoa. Mas mesmo assim não conseguimos viver sem ele. E Ainda o congelamos nesses bocados de memórias... 
para não nos sentirmos sozinhos. Para esperarmos que mesmo que a vida nos magoe, aquele bocado da nossa vida nos traga sossego... 
Por muitas memórias congeladas dessas  eu continuo a sentir-me magoada. E a vida não é esse momento em que sorriamos todos. Quem não aparece na nossa vida a não ser nessas fotos ora sempre fazer falta...
E não é por olhar pra ele na foto que me faz sentir melhor.... faz-me sentir mais só Ainda. Fazes-me falta. Desde o dia que te tiraram de mim. Porque eras só meu...
Eras o meu protector. Meu conselheiro. E agora?!
Onde estás?! Em lado nenhum... e eu como fico?! 
Sei que sou egoista... o teu amor fez-me assim. Sempre gostaste de mim por quem era. Não preciso de ver isso em foto nenhuma... eu sei.
Nunca pediste nada a mais de mim. Aceitaste os meus defeitos sem me comparar a ninguém. Sem exigir que mudasse. E sempre do meu lado. 
Eu sempre fui a menina dos teus olhos. E agora não tenho olhos desses para ser de alguém... agora sou de mim mesma e é horrível... preciso de ti... do teu amor da tua proteção. 
Não sou adulta nem forte suficiente para fazer as coisas sozinha. Não merecias ir tão cedo. Nem eu merecia ficar aqui sozinha. A querer agradar toda a gente e a não agradar ninguem... a ser só mais uma no meio da multidão. A já não ser especial... a não ser a menina dos olhos de ninguém... 
o amor magoa... e o saber que nunca na vida alguém me amará como tu Ainda mais! 
Nunca vou conseguir ser totalmente feliz nem perto disso. Por muito que ame os meus filhos eles não me irão amar como tu. Como eu os amo a eles. Como tu me ensinaste a amar... porque hoje ninguém ama assim como nós. Com tudo. A dar tudo e a receber nada comparado com o tudo que esperamos... 
Sinto a tua falta e espero sempre que como nos filmes chegues a casa e foi tudo mentira!
Aquele momento que congelo na memória, sem fotos, porque não existe; em que te vejo novamente, pai....