Claro que todos assumem que ser mãe de segunda viagem é mais fácil; já se tem a experiência do filho mais velho...
mas lamento não é mais fácil!
Primeiro porque não se tem tanto tempo para desfrutar do membro mais recente. O filho mais velho também precisa de nós e de atenção. Uns mais que outros. No meu caso, nem me posso queixar muito, apesar de por vezes haver situações mais complicadas: 5 da manhã, bebe chama por mim, tem fome e quer mamar. Levanto-me e começo a alimentar o rapaz. 5:05, filho mais velho acorda de um pesadelo e grita por mim... como é que eu podia parar de alimentar um para socorrer o outro?... por isso não, não é mais fácil. Teve de ir o pai atender o pânico de que a cama iria cair e eu a sentir-me mal porque não consegui atender aos dois ao mesmo tempo. E pela primeira vez não fui eu a tranquilizar a minha cria mais velha.
Isto será um pequeno exemplo. E como disse nem me posso queixar muito, porque o rapaz mais velho já tem 6 anos e, como sempre quis um irmão, não tem cenas de ciúmes, nem busca constantemente atenção. Até tenta ajudar a tomar conta dele.
Mas é uma criança. Um miúdo que se gruda muito à minha saia (confesso que adoro esta nossa dependência mútua - mas isso já são histórias para outro post). Assim é normal que me venha dar beijos, quando estou a dar de mamar. Que me puxe o braço pra lhe dar atenção, se troco a fralda. Que se meta à frente do irmão, quando falamos no skype com a família e tantas outras pequeninas coisas que se nota que precisa da nossa atenção.
Depois há toda uma alteração no dia a dia. Levar o filho mais velho demora um pouco mais, porque não se tem de preparar um miúdo só, são dois agora. Vestir um, dizer mil vezes ao mais velho que se vista e em desespero, acabar por sermos nós a vestir o mais velho também.
Trocar fraldas a um, dar de mamar. Preparar o lanche da escola. Preparar o pequeno almoço. Preparar o meu pequeno almoço. Vestir-me à pressa e nalgumas vezes sem sequer me pentear... E tudo isto em modo robô porque levantar durante a noite é agora o lema da minha vida...
Ah e no meio disto tudo os cães têm de fazer as suas necessidades e ser alimentados.
O mais estranho é que apesar disto tudo ainda não perdi o peso todo da gravidez... 😂😂
Depois para além de tudo isto, quando passa muito tempo, como no meu caso, nós mães, sem ser por mal, esquecermo-nos um pouco do que era tomar conta de um bebe. Vamo-nos lembrando conforme fazemos as coisas. E, ao contrário do que muitos me diziam, o segundo nós deixamos de ter tantas preocupações como do primeiro. Não é bem assim. Por ter tido o mais velho há seis anos, era mais nova e não tinha tantos problemas como agora. Fazia viagens grandes de horas de carro com o pequeno nos primeiros meses. Este Ainda não saiu da Suíça! Também quando sair fará uma viagem Ainda maior mas pronto...
E depois, apesar de já termos tido um filho. Todos nós somos diferentes. Os bebes são diferentes. Têm necessidades diferentes e comportamentos diferentes e, nós mães temos de nos adaptar e aprender com eles tudo de novo.
Por isso ser mãe de segunda viagem não é mais fácil, nem digo que será mais difícil. Depende de caso para caso. Mas diria que é tão cansativo como ser mãe de primeira viagem, assim como é tão gratificante e transformador.
Por isso enganem-se as mães que vão para o segundo filho, que a coisa é mais fácil. A gravidez será diferente. O parto também e não necessariamente sempre mais fácil como dizem. A recuperação é diferente também. Vão haver mais despesas agora. A dobrar. E o novo bebe que trouxeram ao mundo, também é diferente e vai precisar de vocês de maneira diferente a par com a criança que vocês já tão bem conhecem!
Mas vale tudo a pena quando se ouve "és a minha mãe preferida; gosto muito de ti até ao gigante e depois" e ao mesmo tempo um bebe que nem quase segura a cabeça solta um sorriso gigante para não te sentires mal com as noites mal dormidas!
Isto sim é amor. Isto sim é viver a vida e, apesar de cansada e com alguns problemas, valerá bem a pena!
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